A Intelligence Hub participou de evento sobre desafios e oportunidades em saneamento básico, promovido pelo Valor Econômico, no dia 16 de junho de 2021, e a partir do evento, Eduardo
A Intelligence Hub participou de evento sobre desafios e oportunidades em saneamento básico, promovido pelo Valor Econômico, no dia 16 de junho de 2021, e a partir do evento, Eduardo Lapa e Marcio May descrevem suas percepções sobre o segmento.
O evento foi conduzido por Rodrigo Bocardi, com a participação de Daniela Mattos Sandoval Coli – VP de Assuntos Corporativos da BRK Ambiental, Édison Carlos – Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil e Gustavo Canaan – VP de Vendas Corporativas e Comércio Internacional da Arcelor Mittal Aços Longos.
Panorama
Como panorama atual, ainda é de nos impressionar alguns dados sobre saneamento, que as vezes não nos atentamos no dia a dia.
Metade do Brasil precisa de saneamento – É isso mesmo. Cerca de 50% da população não tem acesso a serviços de saneamento.
35 milhões de pessoas não tem água tratada e 47 % da população sequer tem coleta de esgoto.
40 mil escolas municipais, das 110 mil que existem no Brasil, não tem abastecimento água.
Brasil só avançou 1% em água e 5% em esgoto nos últimos 10 anos.
92,5% dos municípios são operados por uma companhia pública (agora, depois dos últimos leilões no novo marco, que foram 5 ou 6, incluindo o da CEDAE).
Mesmo em grandes cidades como SP existem áreas nobres não atendidas. Sul do Brasil tem muita dificuldade em saneamento.
Mercado privado de saneamento (empresas privadas) operam em poucos municípios brasileiros comparado às necessidades vigentes. Tendência de aumentar essa participação com PPPs, PPIs e Concessões
Novo Marco do Saneamento: foco na universalização dos serviços até 2033
Muito se falou no evento sobre a questão da universalização. Dado o novo marco do saneamento, abrem-se modelos de negócio para empresas privadas que operam ou poderiam operar nesse setor, além do arcabouço jurídico e segurança para os investimentos pesados nesta área.
Este marco possibilita o crescimento do segmento no Brasil, a atentar das necessidades existentes:
São R$ 700 bilhões de investimentos previstos. Nos últimos 5 anos foram investidos apenas R$ 60 bilhões (R$ 12 bilhões por ano). Este investimento deve vir em sua grande maioria de empresas privadas ou PPPs, parcerias público-privadas.
São necessários 500 mil Km de tubulação, com instalação nos próximos 10 a 12 anos, puxando, naturalmente todo o segmento de construção, engenharia e infra-estrutura.
A meta do plano de saneamento é que até 2033 tenha a chamada universalização do saneamento no Brasil, independente se a empresa seja pública ou privada. A universalização teria como parâmetro importante termos 99% água tratada e 90% coleta.
Contratos de 30 a 35 anos, seja pór concessão, seja por PPP, por ter investimento muito concentrado nos 10 primeiros anos – Tendo em vista a meta de 2033.
Sempre que os contratos terminam, uma concorrência é aberta e se torna obrigatória. Podendo envolver tanto empresas públicas quanto privadas, com vários formatos possíveis – Investimento e empresa só pública, só privada, PPPs, PPIs e etc.
Se a concessionária (pública ou privada) não comprovar que é capaz de entregar a meta, perderá a concessão (novo decreto do governo). E as empresas terão que estabelecer metas mais curtas para serem fiscalizadas.
Incentivo à regionalização: inclusão de municípios de todos os portes nos blocos.
As empresas vão ter que ser rápidas, aplicar tecnologia e investir para bater as metas para não perder a concessão.
Como grandes desafios, não técnicos, ficam os aspectos de judicialização, corrupção nas concorrências e aspectos que geralmente envolvem grandes obras e concessões.
A nova lei traz uma agência federal para fiscalizar nacionalmente, a ANA, todavia, agências regionais e municipais continuam funcionando. Hoje existem mais de 70 espalhadas pelo Brasil.
Sobre o Setor
A Arcelor divide o setor em 3 grandes áreas: Água // Esgoto Sanitário // Drenagem
Esgoto é o maior desafio, tanto pelo percentual a ser alcançado quando pela maior complexidade (coletar, tratar, descartar).
No Rio, a CEDAE tem perda financeira de 50% em água não faturada. Em outros lugares do Brasil a perda chega a 70%. Agora as perdas serão fiscalizadas e terão metas de redução. No Japão a perda é só de 2%.
Grandes companhias públicas como a COPASA e a SANEPAR devem continuar, mas terão que acelerar os investimentos para atingir as metas.
Existem muitos recursos técnicos para implantar os projetos e tecnologia/inovações. Exemplo de tecnologia: Arcelor oferece bueiro inteligente, retém com armação resíduos sólidos para não entupir.
Observações finais
Impactos poluição / saúde – necessidade de ter uma regulação que busque universalização do saneamento do Brasil que vá até 2033, com necessidade de antecipações de várias iniciativas. Meta ONU é 2030.
PPPs parcerias entre público e privado, vão seguir como modelo. Mas haverão formatos para que as empresas privadas possam comprar empresas e ativos de empresas públicas e operar integralmente.
Na ArcelorMittal à Já buscam tecnologias construtivas visando uma melhora ambiental e uso do recurso natural agua. Empresa faz investimentos e busca tecnologias para que durante a construção dos empreendimentos já contemple soluções de tratamento. Arcelor já traz tecnologia europeia para tratar a parte técnica e ambiental
Tecnologias existentes hoje já ajudam muito o tratamento do esgoto. Seria necessário que se ampliasse o uso delas.
Contrapartida em educação – Empresas terem que investir forte em educação da sociedade / população. Uso de conscientização nas escolas e etc uma vez que não sabemos ainda como tratar esgoto e saneamento desde sua origem.
Companhias como Copasa, Sanepar e similares continuaram funcionando, mas terão prazos para se aperfeiçoar e operar dentro de normas estabelecidas para players privados e públicos, o que deve trazer aumento de investimentos no saneamento
Entendemos então que há uma enorme oportunidade para o Brasil, bem como uma enorme oportunidade para as empresas de saneamento, bem como para as empresas de serviços e todo o ecossistema de fornecedores necessários a implantação dos serviços nos próximos 10 anos.
Se você tem interesse pelo setor, se a sua empresa opera ou pode vir a operar nesse segmento, a Intelligence Hub (www.intelligencehub.com.br), Marcio May ([email protected]) e Eduardo Lapa ([email protected]) te aguardam!