RELEMBRANDO E REVIVENDO O PASSADO
Muitos anos atrás eu sofri um acidente quando ainda era bebê. Perfurei um tímpano e isso teve um impacto grande na minha formação e aprendizado.
Quando meus pais descobriram que estava surdo de um ouvido já havia passado um tempo e isso explicava em parte o meu temperamento hostil e acelerado.
Fui uma criança violenta. Briguei com muitas criancinhas, além de ser o terror da vizinhança e das festinhas infantis. Era o capeta em forma de guri, como um senhor de uns 80 anos me lembrou certo dia.
Esta condição de saúde exigiu algumas intervenções cirúrgicas. Criança não sabia que seria fácil e nem difícil, apenas acompanhava de mãos dadas os meus pais em suas peregrinações em busca de soluções médicas que fossem as melhores. Como pais que sempre me amaram – eles simplesmente procuraram o melhor cirurgião para mim.
A memória é uma coisa engraçada – a e memória infantil mais ainda.
Lembro do meu médico até hoje. Lembro que ele era gentil, introvertido, humilde, quieto, quase mudo e para a minha análise infantil – parecia muito competente. Doutor Butugan é como o pessoal chamava o médico que cuidou de mim – ele era Otorrinolaringologia (especialista em ouvidos, nariz, faringe, laringe e afins).
Eu achava o máximo o nome e sempre ligava o nome dele a um animal bem esquisito chamado ornitorrinco – que nada tem de semelhança a prática médica que o Doutor Butugan exercia. Criança tem uma imaginação incrível.
Minha família sabia que ele tinha sido bem-sucedido em muitas cirurgias e esperávamos que ele fizesse o que era necessário para mim.
A cirurgia foi um sucesso. E sinalizou que poderia passar por outros procedimentos quando fosse mais velho. Sem dar uma reposta aos meus pais – o médico apontou que eu poderia ter uma vida normal – desde que aprendesse de novo.
Fora a cirurgia, tive que frequentar uma fonoaudióloga. Dava trabalho, era chato no início, mas acabei amando o carinho, o zelo, o continuo aprendizado e as pequenas evoluções de cada momento compartilhado.
Confesso que no início detestei, mas em retrospecto foi uma das experiências mais bacanas que passei. Foi nessa época mais ou menos que me apaixonei pela leitura e escrita.
Pude trabalhar o desenvolvimento, aperfeiçoamento e distúrbios em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva, pude trabalhar a função cognitiva, a linguagem oral e escrita, a fala, a fluência, a voz entre muitos outros aspectos. E fui feliz aprendendo de novo – novamente.
Piscando para frente já se passaram mais de 30 anos e ainda não fiz a cirurgia recomendada pelo doutor Butugan e creio que não seja necessário – conforme a última avaliação que tive.
OBSTÁCULOS, DÚVIDAS E A FUNÇÃO DA INTELIGÊNCIA
Pode ser que eles tenham tentado obter respostas ou tenham pedido a outros em seu grupo de trabalho para obter respostas.
No final, a resposta escapa a todos e concluem que é impossível obter a resposta sobre aquela questão. Assim, estranhamente consolados, imaginam que todos que encontram pela frente respondem a tais impossibilidades da mesma maneira.
O fato é que algumas pessoas não são intimidadas pelo impossível (ou pelo que parece impossível para os outros).
Na inteligência competitiva há o salto de fé (ou premissa) em que quase todas as perguntas têm uma resposta que pode ser descoberta eticamente, embora com alguma incerteza. Ou seja, as evidências podem ser reunidas, as fontes primárias consultadas, os dados correlacionados e assim por diante, para produzir respostas confiáveis e acionáveis.
As pessoas inteligentes às vezes duvidam que isso possa ser feito porque já tentaram as mesmas respostas ou confiaram em alguém que tentou e falhou.
Aqui estão algumas coisas que devemos nos lembrar – como um bom profissional de inteligência competitiva que TODOS somos.
Geralmente, existem várias opções para encontrar essas fontes através das pessoas que nós já conhecemos.
Se não soubermos como encontrar uma resposta, outra pessoa o fará.
Esta seria o primeiro nível. A meta número 1.
FONTES DE INFORMAÇÕES POR TODOS OS LADOS
Este é o desafio.
Hábitos são difíceis de quebrar.
Empresas, como pessoas, se comportam de maneiras mais ou menos previsíveis ao longo do tempo.
Nós podemos usar essas informações ao projetar um comportamento futuro provável dessas organizações.
Seja gentil com aqueles que são frustrados pelo que é impossível (para eles).
Eles estão certos. E já foram até o limite.
Estas pessoas não obterão respostas quando estiverem convencidos de que as respostas não podem ser obtidas.
Estas pessoas podem ficar irritadas se nós sugerirmos que podemos obter as respostas.
Devemos nos mover cuidadosamente junto a eles porque o nosso sucesso pode parecer muito ameaçador para a autoestima.
Devemos reconhecer a dificuldade da busca, sugerir suavemente que podem haver outras possibilidades para encontrar a resposta e envolvê-las à medida que os detalhes da resposta surgirem.
Aqui está a lição de vida que aprendi e aplico ao trabalho e a função de inteligência competitiva.
Quando alguém diz que algo é impossível, provavelmente querem dizer que não sabem como fazer isso (seja o que for “isso”).
Para um especialista que é habilidoso e praticado, o que parece impossível para os outros pode ser rotineiro.
Profissionais que trabalham com a função de inteligência devem procurar ser especialistas e se relacionar com os outros formando uma comunidade mais abrangente.
Devemos superar o impossível para entregar respostas valiosas aos nossos líderes.
Você já foi informado de que algo é impossível e depois provou o contrário?
Conte para nós a sua história e compartilhe o seu conhecimento.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata – Diretor Executivo Intelligence hub
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