IMPRESSIONA A MATURIDADE DAS EMPRESAS DO CONTINENTE EM LIDAR COM SEUS PARCEIROS
Após excelente semana em Madrid, trazemos novidades sobre a aplicação da Inteligência Competitiva nas empresas na Europa e Estados Unidos. A SCIP, sociedade de profissionais de estratégia e inteligência, promoveu evento sobre o tema (foto), ao comemorar 20 anos da instauração da entidade no continente europeu. Nossa difícil tarefa é sintetizar quatro dias de excelente encontro em um post! Sintetizando muito, tiramos algumas lições interessantes
5. Impressiona a maturidade das empresas em lidar com o que chamam de “CI Vendors”.
Com muita frequência e naturalidade, se utilizam parceiros de tecnologia, de fornecimento de informação e de análise e consultoria. É crescente a quantidade de apoios estratégicos, nos quais fornecedores de inteligência, parceiros de informação e tecnologia, que apoiam e operam junto com a empresa contratante os processos de inteligência.
6. Cresce a necessidade de falar em “valor sobre investimento”. Companhias cada vez mais buscam medir o retorno trazido pela aplicação estruturada de inteligência e estratégia. Importante ver que isso não está focado em retorno sobre investimento. É uma perspectiva diferente. Trata-se muito mais de saber onde aplicar melhor os esforços, recursos, tempo e dinheiro do que tentar entender se a atividade traz algum retorno.
Esses pontos não sintetizam todos os tratados nos eventos, mas trazem boa parte das discussões. A abertura foi feita por Nannete Bulguer, presidente da SCIP, seguida de excelente palestra de Yuri Van Geest, autor do livro “Organizações exponenciais”. Ele fez um bom apanhado sobre crescimentos exponenciais no mundo, tanto em termos de informação, quanto de pessoas, disponibilidade e abundância de recursos. Assim, faz um paralelo com as organizações que precisam também conseguir melhorias exponenciais.
Andreas Strasser, gerente de inteligência competitiva da Volvo Cars, trouxe uma abordagem interessante. O executivo alertou que essas áreas estão gerando relatórios com pouca relevância estratégica. Para inteligência estar à frente, Strasser ressaltou que é necessário perguntar quais são os desafios da empresa hoje e quais serão no futuro, ao atingir os objetivos. Ele defende que a nova função de inteligência será envolver toda a organização para que exista uma real geração de produtos relevantes. Isso envolve fazer uma profunda mudança no modelo de entregas da área de inteligência, trocar os especialistas em inteligência por especialistas no negócio e ter grupos de pessoas espalhadas por toda organização.
Sarwant Singh, parceiro sênior da Frost And Sullivan, revelou como as mega-tendências poderiam orientar as organizações em posicionamento e desenvolvimento de produtos. Lucrèce Foufopoulos, vice-presidente de marketing e vendas da Eastman Company, e Keith Pigues, CEO da Luminas Strategy, mostraram como as empresas podem aproveitar melhor o que os clientes opinam sobre o serviço de uma companhia. Os executivos afirmaram que é preciso mudar a perspectiva de visão sobre o cliente. Ao invés de focar na comercialização, é melhor se relacionar com ele.
Joost Drieman, vice-presidente e chefe de melhores práticas de inteligência da M-Brain, fez dinâmicas sobre como organizar e apresentar grandes volumes de informação. Para visualização de grandes volumes, ele defende que a tecnologia é só uma das variáveis a ser tratada. “É crucial entender o modelo mental de quem serão seus usuários de informação, seja ele mais bruto ou refinado, mas com análise profunda. A organização prévia de informação, com taxonomias, nunca atenderá ao modelo mental dos usuários de sua aplicação. Você precisa entender que uma taxonomia que atenda a expectativa de certas pessoas não atenderá outras”, avaliou.
Por Eduardo Lapa e Elisabeth Gomes