O PRIMEIRO PASSO FAZ O CAMINHO TODO
Escutamos diversas vezes em palestras, reuniões, recrutadores, alunos de faculdade, clientes e curiosos a seguinte pergunta:
Qual seria afinal o perfil e escopo do “colaborador essencial” da função de Inteligência Competitiva?
Suponhamos que existam poucas categorias fundamentais de competências para a inteligência competitiva. Normalmente quem se coloca como sabe tudo, na verdade não sabe nada, ou não tem profundidade para tal. Como diríamos, vai até a página cinco do livro.
Um adágio empresarial poderia ser: Um profissional de inteligência competitiva que domine “essas poucas e essenciais ferramentas” será competente em áreas fundamentais e críticas para a organização.
Se esta premissa for verdadeira, o seu valor para a organização ou clientes, geralmente é grande.
É verdade que cada categoria dessas ferramentas abrange uma multiplicidade de habilidades.
Além disso, dominar mesmo um jogo das habilidades fará que o indivíduo que exerce este tipo de função seja valioso para alguém. No entanto, ser proficiente em todas as categorias torna este indivíduo e seus serviços reconhecidamente superiores e inesquecíveis.
Aqui estão algumas importantes áreas de habilidade, ou categorias fundamentais para a função de IC.
1. Habilidades Âncoras. Estas são as habilidades básicas que qualquer pessoa precisa.
Uma lista útil de habilidades e conhecimentos está contida no Livro de Conhecimento da Inteligência Competitiva de John Prescott e também no livro o Perfil do Profissional de Inteligência, co escrito por um dos nossos sócios, Eduardo Lapa.
Reconhecendo que as habilidades são críticas, esta categoria, na minha opinião, recebe uma quantidade desproporcional de atenção dos profissionais da Inteligência Competitiva. Embora tenha sentido começar com essas habilidades, a preocupação excessiva com elas nos faz matar de inanição outra aprendizagem necessária. Seria melhor se tornar simplesmente proficiente e depois seguir em frente?
2 – Habilidades de Gerenciamento de Mudanças. Muitas vezes os profissionais de inteligência competitiva consideram uma análise bem apresentada o seu “joir de vire” e o seu ponto final de serviços. Ou seja, uma vez que a informação é interpretada e dada à alta gerência, a tarefa de inteligência competitiva acabou.
Não concordo. Podemos fazer parte da execução dos planos de ações. É uma atitude hands on, ou seja, mão na massa.
Por que uma organização precisa de grande informação competitiva se for desconectada do debate e desprovida de influência nas discussões de estratégia?
A resposta curta é, “eles não precisam disso”.
A visão mais poderosa e convincente da inteligência competitiva é aquela que é reconhecidamente útil em discussões de estratégia.
A métrica de utilidade é uma função de potenciais melhorias na estratégia. Por definição, as melhorias implicam mudanças e mudanças afetam os grupos na empresa.
Isso envolve pessoas que são frequentemente encontradas em posições proeminentes e têm opiniões e preconceitos bem desenvolvidos. Portanto, o desafio comum é mudar as mentes de pessoas poderosas e bem colocadas.
A falta (habitual) de autoridade de posição para as pessoas de inteligência competitiva agrava o desafio.
Então, quais habilidades são necessárias para persuadir os outros a mudarem? Aqui está uma pequena lista.
1. Consciência política – Existem regras de tomada de decisão (formal e informal) que são seguidas em qualquer organização.
2. Marketing – Todo profissional de inteligência competitiva precisa ser bom em contar histórias. Isso é diferente de “apresentar dados” porque as histórias destinam-se a transmitir mais do que informações.
3. Gestão da Aliança – É uma pena que ainda existam pessoas na função de inteligência competitiva que trabalham por ele ou ela mesma. No entanto, há ainda muitos escravos que estão afastados do mundo real, fazendo pesquisas na web, acompanhamento de mídias sociais e construção de slides do PowerPoint em seus escritórios na esperança de produzir algo de valor.
4. Alterar e mudar é uma arte – É bom detectar a necessidade de mudança estratégica.
5. A mentalidade do cliente – Uma boa definição de inteligência competitiva envolve ajudar os líderes de estratégia a tomar melhores decisões.
Quando estamos isolados, não importa qual papel é apresentado, seus problemas, ferramentas, resolução de problemas, prioridades e maneiras de pensar. Todas estas atividades são criticamente importantes.
Sem esse entendimento do dialeto de estratégia, das dores dos executivos e aspirações que líderes seniores buscam – pode ser um mundo confuso e estranho para os não iniciados na arte do questionamento, entendimento e provocações.
É possível aprender a falar o dialeto se investirmos em aprender o que os líderes de estratégia já conhecem.
Muitas pessoas de inteligência competitiva tropeçam com essas habilidades, especialmente quando intencionalmente e inadvertidamente posicionam-se separadamente de seus clientes.
Evidentemente, uma pessoa de inteligência competitiva não pode unilateralmente promover-se para a alta administração.
O que eles podem controlar, no entanto, é a sua própria educação.
É por isso que a terceira ferramenta para um profissional de inteligência competitiva, que tenha uma caixa de ferramenta completa – é a proficiência na mentalidade de seus clientes.
Se o cliente está em um papel diferente, então a lista de treinamento deve espelhar o que eles fazem mais.
Conhecer e se colocar na posição do cliente é ouro.
Sem a sensibilidade para incluir-se no ponto de vista do cliente, a entrega de interpretações é uma proposição de insucesso. As três ferramentas vão juntas.
Aposte nestas ferramentas. As habilidades de gerenciamento de mudança têm mais significado e apoiam sobremaneira uma análise eficaz.
Finalmente, a mentalidade do cliente molda a aplicação de habilidades e possibilidades de gerenciamento de mudanças.
Foque no core. Não seria melhor ser um profissional de inteligência competitiva com poucas e boas ferramentas?
Afinal de contas – mesmo neste mundo de big data e cientistas de dados – a função da inteligência é ainda mais humana.
Reflita sobre isso.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Nícolas Yamagata
Se você gostou do post, por favor, clique em “gostei” e/ou compartilhe-o.
É uma boa maneira de espalhar a mensagem e apoiar a razão de ser da Intelligence Hub!