O impacto das forças desestabilizadoras, como a digitalização, a globalização e a desregulamentação, estão aumentando e afetando todos os negócios, tornando mais difícil do que nunca planejar o futuro. E isso é bom para a nossa função de inteligência.
PREVISÕES 2017 EM DIANTE
Neste ano, um sentimento da mudança exponencial transformou-se em realidade. Veja abaixo algumas projeções que estão sendo apresentadas.
O panorama da competição mudou. A concorrência entre países emergentes como Brasil, Índia e China está se intensificando o tempo todo, mas de maneiras novas e diferentes.
O PALCO DO MUNDO E SEUS ATORES
OS ÁGEIS E DESTEMIDOS. Esses novos empresários são rápidos em identificar oportunidades de mercado, não se sentem ligados às velhas formas de fazer as coisas e parecem capazes de motivar seus funcionários de maneiras novas e excitantes.
OS TRADICIONAIS. Os CEOs devem identificar diferentes formas de competir contra esses empreendedores globais emergentes, agressivos e inovadores. A competição hoje está na escala de bilhões. Bilhões de pessoas ao redor do globo estão pensando em novos modelos e formas de fazer negócios.
A palavra “Novo Entrante” nunca foi ecoada ao longo de palestras e discursos empresariais de forma tão contundente. Há uma energia nova no ar, e se puder externalizar, um certo cheiro de medo e suor da ansiedade.
Os executivos que estão pilotando operações em diversos segmentos de negócios, devem desenvolver não só estratégias adequadas, mas também as habilidades necessárias de liderança para fornecer culturas corporativas verdadeiramente inteligentes, adaptativas, processos de gestão e inovação. Sem essa inovação e fortes habilidades de liderança, as iniciativas estratégicas falharão.
EMPRESAS BEM SUCEDIDAS CONTINUAM LUTANDO
Há muitas razões pelas quais as empresas estão atualmente falhando para competir com êxito contra esses mercados emergentes.
Muitas empresas grandes e bem-sucedidas tornaram-se vítimas de seu próprio sucesso.
Executivos passaram anos gerenciando o mundo em torno deles de uma forma regimentada usando dados analíticos, planejamento de cenários e planejamento preditivo.
As forças que vem de fora da empresa estão passando como um trator e remodelando todo um ecossistema pré estabelecido. Uma função de inteligência faz muito sentido neste contexto de mudança constante.
ADAPTAR OU MORRER
As empresas modernas, especialmente nos mercados emergentes, usam a Internet, Facebook, Twitter, e-mail,telefones celulares, whatsapp e etc para se comunicar rapidamente com os clientes em todo o mundo.
Estas tecnologias permitem as pessoas estarem no controle de grande parte do ciclo de compra e relacionamento.
As relações, e principalmente os poderes se inverteram neste mundo de hipercontexto e conexões.
Consumidores podem experimentar óculos em ambientes virtuais (virtual-try-ons), verificar se gostam de combinações de itens, design cores de carro, ou interagir em comunidades on-line buscando recomendações sobre o que comprar e por quanto.
Os clientes, em vez de fornecedores, estão no controle e CEOs precisam adaptar suas empresas com grande velocidade para lidar com este novo paradigma ou seus negócios recuarão e, finalmente, entrar em colapso.
INSIGTHS ESTRATÉGICOS VERSUS PROSPECTIVOS
Parte da capacidade de sobreviver é criar estratégias significativas e diferenciadas.
Kim e Mauborgne em seu livro “A Estratégia Oceano Azul” explicam como os CEOs podem começar a identificar de onde virão as próximas grandes ideias. Eles usam a analogia dos oceanos para explicar que os Oceanos Vermelhos representam todas as indústrias em existência hoje e o espaço de mercado conhecido, enquanto os Oceanos Azuis denotam todas as indústrias ainda não existentes e, portanto, mercados desconhecidos. Para as empresas do Oceano Vermelho as regras competitivas são conhecidas, cada um tenta superar o outro e pegar partes de mercado cada vez maiores até que eventualmente lucros e crescimento são reduzidos para todos os concorrentes. Os produtos, copiados por todos, acabam por se transformar em mercadorias e a concorrência reduz os preços, deixando ainda menos receitas para investimentos na investigação, a inovação e o desenvolvimento do próprio mercado. As estratégias do Oceano Vermelho foram construídas convencionalmente em posições altamente defensáveis dentro de setores industriais existentes. Eles eram frequentemente baseados em uma herança militar referindo-se a oficiais corporativos, quartel-general, tropas, linha de frente, guerras e restrições em terrenos limitados. Ao longo do tempo, à medida que eles e seus concorrentes cresceram, a oferta excedeu a demanda. Esta situação foi posteriormente exacerbada pela globalização, as barreiras comerciais foram desmanteladas e as informações tornaram-se instantaneamente disponíveis para que, finalmente, os nichos de mercado e os paraísos para os monopólios continuassem a desaparecer. O resultado foi a a mercantilização acelerada, aumento das guerras de preços e redução das margens de lucro.
Por outro lado, as empresas do Oceano Azul, como as dos mercados emergentes, compreendem como identificar e desenvolver mercados inexplorados, onde a demanda pode ser criada e a oportunidade existe para um crescimento altamente lucrativo.
A maioria das novas empresas do Oceano Azul são criadas a partir de empresas do Oceano Vermelho através da expansão das fronteiras da indústria existente e são impulsionadas pela concorrência.
Estas novas empresas abrem espaço de mercado novo e incontestado. Entendem que a criação de valor sem inovação tende a concentrar a criação de valor numa escala incremental, algo que (enquanto melhora o valor) não é suficiente para fazer os produtos e serviços se destacarem em um mercado global.
A inovação sem valor tende a ser impulsionada pela tecnologia, pioneira no mercado ou futurista, muitas vezes atirando além do que os compradores estão prontos para aceitar e pagar. Para ser realmente bem sucedida, a inovação exige um “salto de valor” para os compradores e fornecedores.
As empresas do Oceano Vermelho acreditam que as restrições estruturais são dadas e que as empresas são forçadas a competir dentro delas (uma visão estruturalista ou um determinismo ambiental).
Em vez disso, as empresas do Oceano Azul acreditam que as fronteiras do mercado e as estruturas da indústria não são dadas e que podem ser alteradas pelas ações e crenças dos jogadores.
Estamos exagerando essa capacidade corporativa de inovar e desenvolver mercados inexplorados?
A prova de que é possível pode ser visto a partir das novas indústrias que surgiram nos últimos 100 anos, incluindo automóveis, gravação de som e imagem, petroquímica, saúde, consultoria de gestão, etc
Quando todos pensavam que não existiam novos mercados para criar, foram inventados novos e radicais mercados.
Essa taxa de inovação está diminuindo? Não se observarmos o surgimento de novos produtos e serviços como o Twitter, Facebook, iPhone, iPad, Uber, Netflix e etc são as novas vedetes do mercado.
O uso de uma função de inteligência que utilize informação mercadológica em larga escala, que tenha tecnologias para processar grandes volumes de informações, utilize diversos modelos analíticos, esteja apoiada em uma rede de experts para suportar decisões importantes, e que monitore o mercado de forma sistemática e gere análises e planos de ação pode ser um acelerador interessante para as equipes e empresas que desejam criar estratégias do Oceano Azul e entender em detalhes como seus produtos / serviços são absorvidos pelo mercado, a fim de entender o valor que o cliente final deriva de adquiri-los.
As informações mercadológicas analisadas com inteligência incentivam as empresas a entender o que é o trade-off entre diferenciação e baixo custo, com o objetivo de criar novas curvas de valor.
Pergunte quais fatores, o que sua indústria considera como certos, poderiam ser eliminados, ou poderiam ser reduzidos abaixo do padrão da indústria.
Pergunte o que poderia ser alçado acima do padrão, e por fim e não menos importante, pergunte que fatores poderiam ser criados que a indústria nunca ofereceu.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata