A VOZ INTERNA
Se eu ler mais um artigo sobre “encontrar a sua paixão” ou “descobrir o seu propósito”, eu vou GRITAR mas LEREI também – pois sou curioso sobre o que outras pessoas pensam (e também um leitor compulsivo).
Eu mesmo tenho pensado e refletindo bastante na questão.
Tenho interagido com pessoas em diversas empresas e segmentos, e neste sentido tenho acompanhado a trajetória de pessoas que admiro e que estão mudando a maneira como encaram a sua função e como COMPARTILHAM isso com as pessoas ao redor.
Algo no ar está mudando. Existe um movimento invisível e ainda um pouco tímido onde SAI o status, o poder emanado por cargos, posições, dinheiro e ENTRA a capacidade de “fazer acontecer”, a velocidade de implementação, o desapego as posses (ninguém tem nada, é tudo compartilhado), o poder de quem domina o conhecimento, a conexão com a espiritualidade, a imersão no trabalho em rede, e a busca de uma transparência incrível – ninguém esconde informação – e por trás de tudo um imenso senso de propósito.
Talvez esta CRISE que estamos passando esteja trazendo algumas reflexões importantes a tona. A crise vai passar e dela sairemos todos mais fortalecidos.
Eu gosto da ideia de ser útil. É parte do meu propósito aqui (por assim dizer). E mais do que isso eu AMO E ACREDITO muito no que FAÇO. E tenho a cada dia me sentido MAIS E MAIS energizado para seguir em frente e crescer experimentando, errando, aprendendo novas coisas e compartilhando. Gosto bastante desse movimento e sentimento – e estou dentro dele e ele em mim.
Eu e meus sócios estamos com pelo menos 4 FRENTES de empreendimentos que tratam de competitividade, inteligência e estratégia em estágios diferentes. E tudo isso para fazer o nosso país um lugar melhor para se viver. Enquanto alguns estão abandonando o barco ou a deriva – seguimos investindo e acreditando. Não é fácil eu confesso – mas estamos firmes em nosso propósito.
Poderíamos estar em empresas estabelecidas – e recebemos frequentemente convites para tal – mas preferimos seguir com o NOSSO PROPÓSITO DE AMPLIAR a COMPETITIVIDADE DE NOSSOS CLIENTES através da aplicação e execução da atividade e FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA.
Então, aqui compartilho algumas maneiras que acredito que podemos ampliar o senso de propósito em nosso trabalho.
A EXPERIÊNCIA CONTA
Um erro comum sobre o propósito é pensar que precisa ser uma coisa única com um grande impacto mesmo em mudança mundial. Nem um pouco disso.
O propósito pode ser encontrado nos momentos simples da vida.
Mantenha aberta uma porta para alguém, não porque você deve, mas porque QUER AJUDAR.
Sinceramente pergunte sobre o dia de um membro da equipe, não porque você esteja passando o tempo esperando o elevador, mas porque as pessoas o fascinam. Respire profundamente o ar fresco, não porque você esteja estressado, mas porque você ama como sente o frio na barriga ou no peito.
SAIBA O QUE O MOTIVA
O propósito sem sentido não é objetivo. É perda de tempo.
Quando sabemos o que valorizamos diretamente em nossos ossos – as coisas que mais significam para nós, em outros e em todo o mundo – somos capazes de ancorar qualquer atividade ou comportamento para um senso de algo que realmente importa , trazendo e realizando o nosso trabalho com maior finalidade.
Se valorizarmos a contribuição, por exemplo, encontremos a finalidade procurando maneiras de contribuir com um grupo – iremos entregar além do que o cliente espera. A felicidade da realização de uma coisa bem feita em conjunto vai invadir o nosso corpo com um sentimento muito bom e pleno.
Se valorizamos a risada, que estejamos pronto com um sorriso em nossos relacionamentos comerciais e sempre sejamos generoso com nosso humor. Ninguém aguenta gente chata e que só reclama da vida.
Ou, se nós valorizarmos a conexão, busquemos nos conectar e compartilhar abertamente com as pessoas ao nosso redor – isso nos dará o propósito que buscamos.
DEIXE O LUGAR QUE ENTROU MELHOR QUE ENCONTROU
Já paramos para pensar quantos lugares frequentamos em um dia típico no trabalho? Alguns? Quatro ou cinco? Talvez até nove ou 10?
Estar em ambiente fechado como uma sala com outras pessoas é uma daquelas coisas que acontece todos os dias, e provavelmente nem pensamos sobre este fato.
Em vez de simplesmente passarmos sobre esses lugares, porque não olhamos de uma maneira diferente, mas proposital?
E se decidíssemos não deixar esses lugares até fazermos algo para contribuir, fazer a diferença ou deixá-lo melhor do que quando entramos?
Se estamos oferecendo a nossa visão ou experiência, complementando alguém em um trabalho bem feito, ou simplesmente emprestando o nosso ouvido, se pudéssemos encontrar o propósito na próxima sala em que entramos, imagine o tipo de diferença que poderíamos fazer durante a próxima semana, no próximo mês ou no próximo ano?
CONSIDERE UM LEGADO MAIS SIMPLES
O dicionário define um legado como um dom de propriedade, por vontade. É uma definição que me fez pensar. Do jeito que eu vejo, sabemos muito bem que temos pequenas e grandes oportunidades de vida neste pequeno planeta curioso, e todos queremos fazer o nosso melhor e deixar uma marca de algum tipo.
A verdade é que não estamos todos destinados a deixar um legado como Michelangelo, Madre Teresa ou Mandela, e é essa a procura de um legado que muda o mundo que nos mantém presos enquanto sonhamos sobre o que nosso propósito poderia ser e nos perguntamos como nosso trabalho se encaixa com essa imagem.
Então simplifique-o. Tire o peso disso.
Tomando a direção do dicionário, olhe o nosso legado como algo que nós possuímos, que podemos oferecer aos outros, por nossa PRÓPRIA VONTADE.
Tempo, consideração, habilidade, empatia, hospitalidade, experiência – todas essas coisas e MAIS – são coisas que NÓS PODEMOS oferecer aos outros.
A generosidade, então, é um propósito que podemos estar em atraso agora, hoje, neste momento, ao invés de esperarmos por uma epifania que talvez nunca venha – porque não aplicamos AGORA?
Os objetivos são engraçados – às vezes fugazes, às vezes revigorantes, às vezes irritantes.
Mas tudo o que realmente se resume em importância – especialmente no trabalho – é a escolha de nos envolvermos com tudo o que nós temos, em vez de lutar com tudo o que não somos. Já pensou sobre isso?
A FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA COM PROPÓSITO
Nunca havia parado para refletir, mas os melhores trabalhos na função de inteligência que tive a oportunidade de participar, analisar e avaliar foram os projetos tocados com um senso de pertencimento e propriedade muito forte.
As pessoas envolvidas no desenvolvimento das soluções e principalmente na execução dos planos de ações estavam imbuídas de uma clareza e persistência muito grande. E os resultados alcançados foram além do esperado e geraram na equipe e toda diretoria um sentimento de participação e envolvimento de alguma coisa maior do que eles/nós mesmos.
Em resumo os times encontraram o que os motivavam, buscaram apoio de gente que tinham experiência, o apoio da função da inteligência na mitigação dos riscos e no apontamento das oportunidades foi fundamental e feito a quatro mãos, essas pessoas decidiram deixar os lugares melhor do que quando entraram, foram generosas e focadas em deixar um legado que garantisse a perenidade das suas ações.
E você o que está fazendo para o PROPÓSITO DA SUA FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA? Exercite o seu senso de propósito AGORA e não amanhã.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata
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