ALGUMAS HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
Desde menino gostava de folhear os jornais de meu pai para ler as tirinhas de quadrinhos. Esse tipo de lembrança trata daquelas memórias fortes e gostosas da nossa infância.
Neste fim de ano estive em nosso escritório no Rio e vi um livrinho do Dilbert que um de nossos sócios deixou no escritório.
Um dos meus favoritos de Dilbert é aquele sobre os espinhos da vida corporativa.
A tira começa com a pergunta (parafraseando) “Por que a melhor técnica de análise é sempre a que o analista sabe melhor?”
Então, os próximos quadros mostram como especialistas diferentes recomendam sua especialidade para resolver o problema (por exemplo, o gerente do tipo martelo enxerga todo tipo de solução como se fosse um prego – “aqui nós só precisamos dar uma bela martelada e está tudo resolvido”).
Em nossa experiência na função de inteligência competitiva (IC) descobrimos que algumas organizações possuem técnicas favoritas para interpretar o ambiente competitivo.
Por exemplo, muitas empresas adoram SWOT (força, fraqueza, oportunidade, ameaça), análises de tendências, cenários, análises PESTAL entre outras ferramentas.
Estes modelos analíticos podem ser úteis, no entanto, eles claramente não se configuram como a abordagem certa para modelar ou interpretar TODAS E QUAISQUER QUESTÕES do ambiente competitivo.
O ponto importante a ser considerado é que quando um pequeno número de abordagens são usadas repetidamente, pode sinalizar o que denominamos de soluções de análises prescritivas ou “pobreza de análise” na organização.
Já repararam que muitas pessoas ou organizações assumem um tipo de postura de “nós temos tudo” ou “nós sabemos de tudo”. É desse tipo de postura que estamos falando.
O DESAFIO DA PRESCRIÇÃO NA FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA
A abordagem prescritiva é a condição pela qual uma grande variedade de problemas são abordados por um conjunto estreito de técnicas analíticas.
O impacto dessa abordagem é que a organização provavelmente não entenderá o meio ambiente de forma adequada e atenuará o impacto (através da aplicação incorreta) das técnicas que eles conhecem melhor.
Este víeis analítico se apresenta ao profissional de inteligência competitiva com alguns desafios.
1 – Educação
Isso começa com o profissional que está exercendo a função de inteligência. É importante que ele ou ela esteja aprendendo regularmente novas abordagens para entender o cenário competitivo, modelar possíveis respostas e mobilizar a organização para mudanças.
Existem várias vias para expandir o repertório, incluindo organizações como SCIP, IBRAMERC, FIA, ADVS, ESPM e um sem fim de treinamentos oferecidos por meio consultores entre outros atores.
2 – Treinamento
Aqui estamos tratando de treinamento “na e para” a organização.
Esta é uma tarefa muito mais sutil que a auto aprendizagem. Trata de uma atividade paralela a função de inteligência – o aculturamento. Devemos lembrar que uma empresa é feita de gente, cultura, processos, códigos e afins.
A maioria dos executivos tem pouco tempo para testar técnicas “não testadas” para questões críticas. As técnicas “aceitas” (mesmo que mal aplicadas) podem ser as preferidas para mudar.
Nós como profissionais de inteligência devemos aprender a introduzir alternativas apropriadamente para essa audiência.
A dica poderia seguir o caminho da busca de configurações de baixo risco – pequenas audiências e problemas – para tentar uma nova abordagem de cada vez.
3 – Impulsionadores
É um fato da vida é que algumas organizações valorizam alguns tipos de trabalho realizados por aqueles fora da organização (por exemplo, relatórios produzidos por analistas do setor econômico).
Se isso for verdade, o desafio para o profissional da função de inteligência é encontrar aquelas fontes consideradas altamente credíveis. Em seguida, usando a validação da fonte externa, a tarefa é personalizar um exemplo específico para a sua organização.
Trazer contexto e personalização poderá ser uma ponte interessante entre o conhecimento interno e externo, um link com o mundo externo que alavancará a visão além das paredes da organização.
4 – Testes
Mesmo quando novas técnicas não foram aceitas para uso geral em apresentações pelo profissional de inteligência, muitas vezes é completamente aceitável para o analista de inteligência testar o que é novo para si.
Isso parece óbvio, mas pode ser negligenciado se a apresentação dos resultados for considerada o fator de sucesso crítico.
Na verdade, as ideias derivadas serão mais valorizadas ao longo do tempo e, se as novas técnicas permitirem essas informações, seu valor será facilmente ilustrado após o teste adequado.
Iterar faz parte de qualquer atividade evolutiva.
Reflita sobre isso.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Nícolas Yamagata
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