ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
Nunca se falou tanto do futuro como hoje – como agora.
Visões e cenários prospectivos. ANTECIPAÇÃO.
Futuristas, professores, consultores, profissionais de inovação, inteligência, transformação digital e das mais variadas áreas, dedicam-se aos estudos dessas mudanças que surgirão.
Estas pessoas não se limitam a identificar padrões. Elas querem sobretudo mapear os cenários de transformação no futuro – e gostariam muito de poder vivenciar essas transformações.
E há vários futuros possíveis acontecendo neste exato momento.
Nem todas as mudanças serão bem vindas. Setores consolidados cairão por terra a partir da perda de eficácia de seus obsoletos modelos de negócios.
Categorias de profissionais inteiras desaparecerão, bem como o ganha pão de algumas pessoas.
Novas ocupações surgirão, e prosperando de maneira desigual. A gritaria será inevitável.
Muitos tentarão barrar o progresso em vão. O fluxo da mudança é inevitável.
E mudança não é ruim. Ela trará consigo – além da dor – uma série de benefícios que nos transformarão a todos em algo novo.
E esses maravilhosos benefícios da transformação de nós mesmos serão acompanhados de dor, conflito e muita confusão.
E esses atores nefastos da transformação – pois a mudança é um tipo de dor que todos carregam – fará de nós todos uma figura perene de mudanças constantes.
Seremos sempre uma versão nova de nós mesmos.
Como humanos buscamos ter um controle mínimo de nós mesmos. Precisamos domar e civilizar as invenções radicais impostas pela tecnologia no âmbito digital.
As tecnologias não vão desaparecer.
Sabemos todos – que tudo é mutável e tudo evolui, apesar de grande parte dessa mudança ser imperceptível.
É como aquele amor, que chega manso, e devagarinho nos toma de uma forma avassaladora.
E se pensarmos cá entre nós – em nossos botões imaginários – como nós não percebemos que estávamos sendo domado por tal sentimento muito maior que toda a soma de nossos cromossomos?
É simples. Lembre-se que as montanhas mais altas estão se desgastando diante de nossos olhos, cidades estão sendo consumidas pela forma das águas, no campo mineral e vegetal espécies inteiras evoluem numa espécie de câmera ultra lenta. O avassalamento do coração é invisível – pois acontece em um estado celular mínimo – dentro e além de nossos poros.
Cada tipo de coisa vem se transformando, se tornando algo diferente, percorrendo um caminho entre o “poderia ser” e o “é” – cada tipo de coisa está – entre a possibilidade e o fato.
A mudança sem fim é a configuração e o eixo central desse nosso mundo moderno.
E a função de inteligência – para onde vai?
ABRACE O FLUXO E SEJA CONTÍNUO
Estamos preparados para estes muitos futuros? Talvez sim, talvez não.
Como podemos controlar pelo menos parte disso?
Talvez pelo domínio dos processos.
O processo científico nos permitiu evoluir, uma vez que inventamos a metodologia para a ciência e a partir desse domínio, conseguimos criar outras milhares de coisas que jamais teríamos descoberto de outro modo.
A função de inteligência como toda a ciência é fluxo constante. A dica de ouro para os analistas e profissionais da área, será calibrar o processo da função de inteligência em modo contínuo para que este processo possa permanecer iterativo, curioso, afeito a riscos, perspectivas, hipóteses e gerando benefícios constantes.
Estamos nos distanciando de um mundo fixo, de processos inalterados, da busca da ressignificação de nossas funções, estamos saindo de um mundo de substantivos fixos, na mesma medida que nos avizinhamos em um mundo de verbos fluidos.
O que era produto – vira serviço. Consultoria de Inteligência – vira Serviços de Inteligência.
E essa mudança segue o fluxo de transformações, vitaminado por altas doses de tecnologia, estratégia, construção de métodos híbridos e ágeis e a busca cada vez mais próxima de um suporte de decisão apoiado pela cognição humana – afinal a função de inteligência é social.
Neste mundo de eternos upgrades o novo analista de inteligência será um eterno novato.
Se cada vez mais o endereçamento da antecipação buscará antever a próxima transformação, não importa quanto tempo usamos determinadas ferramentas, os upgrades sem fim do mundo nos transformarão em eternos novatos – o tipo de usuário sem noção – como o que fiquei hoje pela atualização do waze.
Confesso que fiquei perdidinho em São Paulo.
Refleti que devido à velocidade, a ubiquidade da transformação nos tornará sempre em um jovem aprendiz. E isso meu caro – nos deixará humilde.
Repito que a função do analista de inteligência do futuro – será sempre ser um eterno aprendiz.
Se vamos embarcar para uma época tecnológica sem fim, de vislumbres e assombros e fluxos de mudanças intermináveis – deixo um singelo lembrete.
Lembre-se que a maioria das importantes tecnologias que dominarão a nossa vida daqui a 30 anos ainda não foi inventada, de modo que seremos novatos nela.
Essas tecnologias farão upgrades intermináveis e automáticos – e seremos novamente – novatos nela.
E por último e não menos importante, o ciclo de obsolescência se acelera – vale lembrar que o ciclo de vida médio de um app é de 30 dias – quase o ciclo vital da Drosophila Melanogaster (mosca da fruta) que é de 26 dias para fêmea e 33 dias para o macho. E mais uma vez seremos novatos.
E neste mundo de fluxo eterno onde o “poderia ser” e o “é” são uma constante, onde o “tornar-se” é o “novo estar” qual será o papel e função do analista de inteligência – qual será o seu fluxo?
Reflita sobre isso.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata
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