A Inteligência no Brasil está completamente compartimentada. Por isso, empresas que desejam fazer Inteligência de forma proativa e estruturada se veem sob o desafios de contratar:

a) Consultoria para estruturação de processos e mapas de Inteligência.
b) Tecnologia para monitoramento de grandes volumes de informação, processamento de dados e algumas análises específicas.
c) Informação – Tecnologia sem informação é igual a carro sem gasolina.
d) Equipe
e) Treinamento : Não existe formação acadêmica para profissionais de Inteligência no Brasil. Com isso, empresas precisam identificar profissionais que sejam auto-didatas e que busquem cursos adjacentes e correlatos, bem como precisam estar abertas à muita tentativa e erro por parte da maioria desses profissionais no Brasil que bravamente tentam ampliar conhecimento nesta prática. A outra alternativa é buscar profissionais preparados, que já passaram por essa prova de fogo, capazes de identificar as necessidades internas de diretores e C-Level alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa, de estruturar um processo sozinhos, de identificar as melhores tecnologias e as informações necessárias, de contratar outros profissionais e treiná-los ao longo de, ao menos, 12 meses. Por fim, ainda precisaram fazer a governança dessa engrenagem. Não é uma tarefa fácil.

A Inteligência de Gabinete não funciona mais porque a Inteligência de Mercado está nos clientes, nos fornecedores, nos concorrentes, nos influenciadores de mercado, nos formadores de opinião, no governo, nos stakeholders, enfim, no Mercado! É claro que toda empresa possui Inteligência Empresarial, ou seja, seu dados, informações, conhecimento e histórico. No entanto, para ganhar competitividade sustentável é imperativo a construção e desenvolvimento contínuo de redes de relacionamento.

Diferente do mercado norte-americano, não há no Brasil um bom bureau de suporte à decisão. A falta de cultura de contratação desse tipo de serviço perpetua a compartimentação da Inteligência descrita no primeiro item.

Os executivos não vão dormir pensando “a primeira coisa que farei amanhã é Inteligência”, mas acordam, e muitas vezes têm pesadelos, pensando “como vou tomar essas decisões hoje?” amanhã são alvejados por perguntas e soluções de alto grau de complexidade.

Multiplicam-se as “áreas de inteligência” dentro das organizações em função da impossibilidade de uma área centralizada em atender à naturezas de necessidade tão distintas entre os muitos clientes internos, seja por falta de equipe, orçamento, capacidade técnica ou governança. Com isso, multiplicam-se as “ilhas de inteligência”, e duplicam-se as ferramentas, as bases de informação e os esforços.

As tecnologias prontas não atendem às necessidades dos clientes por estas se tornaram cada vez mais abrangentes. Ou seja, fornecedores de tecnologia precisam ampliar seus portfólios continuamente e, ainda assim, por muitas vezes, clientes não conseguem gerar Inteligência final à partir de ferramentas tecnológicas contratadas, seja por falta de capacidade técnica, seja por necessidade em focar esforços em seu core business, deixando sempre a Inteligência para depois. “Não adianta comprar uma Ferrari se não sei como dirigir uma Ferrari, se não tenho combustível para Ferrari e/ou se também preciso dirigir em condições de pista além do asfalto, por exemplo off road. Nesse momento, preciso comprar mais um carro!”