PREPARANDO O DISCURSO
Conseguimos marcar aquela reunião com os executivos e temos que explicar o que fazemos. E agora?
Vamos preparar um alinhamento inicial do que é a tal da função de inteligência e explicar qual é a diferença entre uma consultoria e uma empresa de serviços de inteligência.
Vez ou outra nos perguntam se inteligência é BI. Não é tecnologia não diretoria e nem tão pouco feitiçaria – já diria um gaiato que trabalhou comigo.
Tive oportunidade de trabalhar muito tempo com a Elisabeth Gomes (Beth), que foi a minha diretora e mentora na função de inteligência competitiva. Poucos tem a oportunidade em trabalhar com um PHD em inteligência. Eu tive a felicidade e ainda por cima era pago para exercer tal atividade. Aprendi muito, fui bastante cobrado, tive que refazer um monte de trabalho, errei, aprimorei, acertei, compartilhei visões e troquei muitos conhecimentos.
E o que é a tal da inteligência?
A Inteligência Competitiva (IC) é um processo sistemático e ético, ininterruptamente avaliado de identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação da informação estratégica para a organização, viabilizando seu uso no processo decisório (Gomes e Braga, 2001).
Relembrando o que escrevi em um artigo:
A inteligência é como a força da gravidade. Invisível aos nossos olhos e sentido por todos. É o link entre o conhecimento interno e os acontecimentos externos que afetam a organização.
Na medida que trabalhamos com um grupo de pessoas – nós pegamos algumas intimidades.
Um dos processos de apoio para a função de inteligência trata de aculturamento e pessoas. É uma dupla poderosa e hiper importante. Um bom programa de comunicação e treinamento é fator chave de sucesso para o exercício da função nas empresas. Damos treinamento, realizamos apresentações e workshops. E me lembro que em um dos workshops a Beth me apresenta o seguinte slide para falarmos aos executivos o que seria inteligência competitiva.
E ela sempre começava me dando uma zoada. “Aquele ali era o Nícolas quando era pequeno, ou o filho dele”. Eu ria e dava de ombros. Fazer o quê. Me ajeitava e seguia feliz e energético – pois sempre estava ansioso para entregar os resultados.
Ela dizia o seguinte:
“Olhamos muito para o umbigo e esquecemos que o que está mudando o mundo e as relações está fora dos muros das empresas”.
E essa mensagem simples, sempre me fascinou por conta dos impactos sutis e transformadores que ela me trazia.
Muitos anos se passaram e para que eu pudesse passar uma visão do que seria inteligência para executivos do setor me inspirei em uma explicação que dei para meu pai.
Meu pai adora se exercitar. Descobriu a maratona por meio e influência de meu irmão e canoa havaiana por ter pego onda na juventude e sempre ter gostado do mar (é campeão brasileiro na modalidade máster – acima de 60 anos).
Meu pai é igual a Intelligence Hub, não para, não para, não.
Pedi para ele imaginar que teria que fazer uma maratona. E seria uma prova diferente.
Este percurso deveria ser feito de olhos vendados.
Pedi para ele imaginar como seria correr sem antecipar os obstáculos.
Pedi ainda para ele imaginar como seria passar por uma rua que tenha buracos, pontes em cima de rio, automóveis cruzando a pista, desfiladeiros, pessoas desavisadas no trajeto olhando seus celulares, desvios de rota entre outras armadilhas sinistras.
Imaginou pai? Ele franziu a testa, mirou os olhos para o alto e disse que seria muito difícil. Eu ri.
Logo na sequência fiz a seguinte analogia.
A inteligência tira a venda dos olhos das empresas para observar de forma sistemática o que está acontecendo no ambiente externo à organização.
Depois dessa conversa resolvi desenhar algo que pudesse contar essa história para uma seguradora. E quadro ficou da seguinte forma:
PANORAMA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS PARA UMA SEGURADORA
A mensagem principal deste quadro é que podemos melhorar o dia a dia da organização monitorando e entendendo que forças externas do ambiente de negócios estão exercendo pressão e fricção, entender quais dessas forças se apresentam como uma ameaça ou oportunidade para aquela organização – e principalmente – como essas empresas podem chegar ao fim da maratona sem ter algum revés.
Uso bastante esta analogia para explicar aos executivos do mercado segurador como se dá a utilização da inteligência nas seguradoras e em que pontos a função pode apoiar.
MUDANÇA É A PALAVRA CHAVE NO SETOR
Um mercado que historicamente inovou muito pouco, foi o mercado de seguros.
Até poucos anos atrás, os grupos seguradores eram os mesmos de 50 anos atrás, e seus portfólios evoluíram à medida que o mercado comprador ia demandando.
As necessidades dos potenciais clientes dirigiam e muito a necessidade das seguradoras criarem novos produtos e serviços.
Este cenário vem mudando drasticamente não só pela sofisticação dos produtos que estão sendo criados, bem como pela mudança total na dinâmica dos mercados contratantes e das necessidades das pessoas que consomem seguros.
Em recente evento sobre inovação e inteligência para o segmento, percebemos um conjunto de desafios impactantes para o setor:
- Onde está o cliente comprador? Quais são suas demandas?
- O que existe de produto antigo e o que virá de produto novo pela minha concorrência?
- Como a transformação digital afetará o negócio de seguros?
- Tendências do segmento de seguros afetarão ao meu negócio? Como?
- Quais os impactos da regulação na minha inovação de produto e serviço?
- O que meu competidor está fazendo em seus canais de venda?
- Como aumentar a rentabilidade no meu portfólio?
- Como adequar meus produtos a uma nova realidade tecnológica e de clientes?
Estas e outras questões assolam aos executivos do mercado de seguros, não tendo estes ainda uma resposta clara para estas questões.
Quando o assunto é inovação e insurtechs, a questão complica mais ainda
Quando nos deparamos com a realidade deste novo cenário para essa indústria, e buscamos olhar para a contribuição das áreas de inteligência de mercado, vimos que há belíssimos trabalhos, e ao mesmo tempo, uma oportunidade ímpar de evolução no monitoramento de mercado contínuo e bom suporte à decisão.
Neste sentido, a Intelligence Hub, empresa de serviços de estratégia e inteligência, constituída a partir do modelo americano de Bureau de Inteligência, desenvolveu framework de monitoramento deste mercado, a partir da experiência com diversas organizações, chegando a um composto mínimo de monitoramento nesta indústria.
Este monitoramento é composto de:
COMPOSTO DE INTELIGÊNCIA PARA O MERCADO SEGURADOR
APLICAÇÕES QUE ALGUMAS SEGURADORAS ESTÃO INVESTINDO
Desta forma, nos parece que o mosaico de informações, tecnologias e análises de mercado devam estar preparados para atender a estas demandas do mercado segurador, independente do ramo de seguro em que a organização atue.
E A SUA SEGURADORA – ESTÁ FAZENDO O QUE PARA NAVEGAR NESTE NOVO MUNDO?
Reflita sobre isso.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Nícolas Yamagata
[email protected] I https://www.intelligencehub.com.br
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