ESTAMOS CONSEGUINDO JUNTAR DADOS NO SENTIDO DE AGIR DE FORMA A MINIMIZAR OS IMPACTOS DO MOMENTO ATUAL?
A grande crise mundial no campo da economia pode ainda não ter passado, mas não figura entre as páginas das publicações no Brasil. Imperativa é a temática de crise econômica e conjuntural no próprio Brasil. Muito tem sido dito sobre as causas da crise financeira e até mesmo conjuntural no país, desde as tentativas de planos econômicos, até rebaixamentos de notas e papéis de grandes organizações brasileiras podem ser vistos em jornais e periódicos de todo o país. Empresas e governos vêm tentando alguma forma de sobrevida e de iniciativas que possam reverter o quadro. Cenários de retração de investimentos, incertezas sobre oscilação das moedas estrangeiras, escândalos envolvendo grandes corporações, inflação acima de metas previstas, conjuntura política desfavorável e tantas outras questões assolam estrategistas, administradores e gestores empresariais. Nesse momento, reflexões vêm à cabeça normalmente, na busca de tentar “entender os porquês” como os abaixo relacionados.
Este post traz muito mais dúvidas do que direcionamentos e explicações, mas propomos criar alguma linha de raciocínio a partir das interações geradas aqui. De toda forma, não queremos deixar de colocar rabiscos e ensaios interessantes, em forma de ingredientes para essa grande mistura. Nos parece que um sistema de inteligência competitiva bem desenhado, gerando análises, alertas, apoiando a traçar cenários, seria pelo menos indicado para este momento. Nos parece que um sistema desta natureza traria aos gestores uma possibilidade de antecipação aos acontecimentos de forma que pudesse se reagir de forma mais veloz.
Os principais indicadores econômicos mundiais mostravam, mesmo antes de 2008, que o mundo poderia entrar numa crise financeira puxada por alavancas globais da economia. Será que estamos conseguindo juntar dados, informações, fatos, conhecimentos, experiências pregressas, no sentido de agir de forma a minimizar os impactos do momento atual? Será que estamos em busca de sinais fracos, iniciais, dos lampejos de tendência que estão aparecendo para nós? Empresas e setores que crescem e prosperam têm usado de criatividade e inovação em seus segmentos, mas sobremaneira de inteligência, será que as organizações estão de fato buscando inovação e diferenciação?
Olhemos os setores automotivo e petroquímico no Brasil. No primeiro, as retrações são contínuas, com redução de compra, de produção, demissões em massa, estoques cheios etc. No outro, quedas de produção, aumentos dos produtos e crises institucionais que afetam toda a cadeia de produção. Até mesmo nessas indústrias, a inteligência empregada sistematicamente pode trazer profundo repensar de seus negócios e modelos. A inteligência bem estruturada pode melhorar o desempenho através de inovações para as grandes companhias, de um setor econômico ou até mesmo da melhoria de uma nação. As micro e pequenas empresas poderiam se organizar em clusters para obter inteligência sobre seus setores e regulação. As médias empresas poderiam lançar mão de usar sistemas e processos em prol de monitorar seus competidores atuais e novos entrantes, antecipando sua tomada de decisão. Até mesmo as grandes companhias podem se municiar sistematicamente com informações sobre novos modelos de negócio, de informações estratégicas de seus competidores, podem traçar cenários e previsões para que estejam buscando preparar melhor as ações futuras. É vasto o campo onde a inteligência pode apoiar micro, pequenas, médias e grandes organizações e vamos aproveitar a retomada e reformulação do belo portal da Revista AMANHÃ para trazer casos do bom uso de Inteligência e como ela pode apoiar as organizações.
Não podemos deixar de mencionar que, vista esta preocupação, Intelligence Hub e a SCIP – Strategy and Competitive Intelligence Professionals – estão organizando um grande evento sobre o tema deste post. Fiquem atentos. Temos certeza que épocas de crise podem ser superadas com inteligência!
Por Eduardo Lapa e Elisabeth Gomes