Adoro comer, e por consequência desde pequeno sou muito guloso. A lembrança da minha avó materna que tanto me amou, que perdeu o marido muito jovem – e teve que criar duas filhas sozinha – é muito forte na minha memória.
Ela realizou o feito de criar uma família fazendo o que fazia de melhor. Cozinhar – com amor. E fazer as coisas com amor, pode parecer piegas, mas é um baita diferencial e frequentemente está associado a casos de sucessos nos negócios.
Sempre desde pequeno sentava do lado do fogão e curioso perguntava o que ela estava fazendo, perguntava o porquê dos temperos, dos cheiros, dos gostos e sensações – e obviamente – experimentava antes dos meus primos e irmãos. Era menino oriental guloso – eu confesso.
Essa semana sendo os dias das mães reativou a memória emotiva e gustativa. Hoje lembrando de minha avó, estava pensando sobre o que cozinhar tem a ver com inteligência, estratégia e inovação.
Me parecem temas estranhos, mas são tópicos que conheço, e acredito realmente têm muito em comum. Deixe-me dar uma breve explicação.
Mesmo que não sejamos um chef de formação, sabemos de algumas coisas sobre cozinhar, pelo menos um ovo para não morrermos de inanição.
A primeira coisa que provavelmente sabemos, é que muitas pessoas cozinham, mas não muitas são mestres ou boas naquilo que cozinham.
Para muitas pessoas, por exemplo, o ato de cozinhar é a aplicação intencional de calor sobre alimentos crus. Para os orientais, a comida crua também pode ser um ato de preparo do alimento.
Mas desconfio fortemente que meu pai até hoje não sabe usar nem micro-ondas, quiça, cozinhar um ovo.
Enquanto isso, um chef que é um mestre naquilo que faz, traz treinamento, criatividade, muito trabalho duro, horas e mais horas com a barriga no fogão e versatilidade para a cozinha.
Em segundo lugar, cozinhar geralmente envolve vários ingredientes – e nem todo mundo consegue lidar com várias coisas ao mesmo tempo.
Um cozinheiro proficiente compreende a finalidade de cada ingrediente, quando adicioná-lo e quanto adicionar. Talvez eles tenham uma receita e um guideline para começar, mas eles confiam em seu julgamento e como o prato está sendo preparado. Um pouco mais de sal, um pouco menos de manteiga, pimenta do reino e outros ingredientes que eles poderiam decidir ao longo do caminho e do preparo do prato.
Conforme a descrição de um dos nossos diretores, um novato ou ignora a receita (e cria desastres) ou adere servilmente a um conjunto de direções sem entender de quando ou como divergir criativamente da prescrição.
Em terceiro lugar, num envolvimento que envolve experiência e horas atrás do fogão, um cozinheiro que é mestre entende que uma refeição é muito mais do que a mistura de ingredientes de acordo com alguma receita.
Na verdade, uma refeição inclui a apresentação da comida, a bebida para acompanhar a refeição, uma exibição artística sobre a mesa e talvez alguma música para o prazer.
Foi assim que conquistei a minha esposa.
A “refeição completa” para um mestre é uma experiência sensorial abrangente que se destina a satisfazer aqueles que participam daquele evento. Um novato quer saber por que pratos de papel ou plástico não são bons o suficiente para a maioria das refeições.
A boa função de inteligência nas empresas é semelhante ao processo de cozinhar. Depende de um monte de compostos importantes para se equilibrar e apoiar os processos decisórios.
Quase qualquer um de nós pode reivindicar ser um especialista para tópicos básicos mas poucos são mestres de verdade.
Os mestres entendem os fundamentos e as ferramentas, mas sabem quando aplicar sua intuição e experiência para melhorar em ambos, e mais do que isso, sabem construir novos modelos a partir de coisas existentes.
Um bom analista de inteligencia, formado e realizado, consegue oferecer uma estratégia completa que fornece valor em muitos níveis para a organização. Sai do abstrato para a realização e tangibilização do valor real.
Busque separar os especialistas de inteligência de “micro-ondas” dos mestres praticantes.
Se você estiver na posição de chefia, uma tarefa que você tem, é distinguir entre títulos e capacidades.
O título de “especialista de inteligência” significa pouco quando você precisa saber se eles podem lidar com tarefas difíceis.
Claro que um especialista de micro-ondas pode ser bastante útil para certos tópicos de negócios. Há muitos problemas do tipo “pipoca” avançando em tópicos no dia a dia de negócios.
No entanto, não são adequados para negócios complexos, definição de estratégia, inteligência competitiva, adoção e aplicação de sistemas de alertas antecipados, ferramentais que fazem toda a diferença para a empresa se antecipar a algo e ter um plano de ação sobre os temas.
Nesses casos, você tem que procurar o tipo certo de competência (por exemplo, pessoas com o perfil integrador), que tenham treinamento especializado, a criatividade e a coragem de alguém que tenha uma mentalidade estratégica e executora.
Todo mundo pode ser um tipo de especialista, mas apenas alguns são adequados para os assuntos complicados de negócios.
Simplifique. Busque primeiro os fundamentos e depois os desvios importantes. Quando garoto treinei artes marciais. Primeiro aprendi a apanhar, a cair e a não me machucar muito, depois a ter disciplina e obter a forma física ideal, após isso aprendi a me defender e somente muito tempo depois a contragolpear e finalmente bater.
O ponto a que me refiro aqui era que os fundamentos, aplicados de forma sistemática, consistente e efetiva faziam a maior diferença no resultado de uma luta.
Falhei miseravelmente diversas vezes, pois não respeitei os fundamentos. E com o básico do ofício e treinando mais do que outros, me sagrei campeão. Mas só depois de muito tempo aprendendo que o melhor de tudo era não se machucar… muito. Pois a dor é sempre uma constante.
No entanto, o avanço do valor muitas vezes vem de saltos intuitivos que sinalizam uma saída das coisas normais. No trabalho de inteligência, isso coloca um prêmio na capacidade do analista de coletar pistas do ambiente (bem como um chef prova o alimento enquanto ele está sendo preparado) para determinar como fazer ajustes nas ferramentas básicas.
Como os outros entendem as ferramentas?
Como uma abordagem deve ser personalizada para as várias estratégias e públicos da empresa? Quando é hora de introduzir ou adaptar um modelo competitivo?
Essas personalizações fazem a diferença entre simplesmente concluir uma tarefa e fazer uma mudança impactante para o negócio. Quando feito de forma eficaz, o trabalho de inteligência engaja a organização em muitos níveis.
Muitos analistas podem ser da variedade de micro-ondas. Eles podem lidar com o que é simples e rápido.
Talvez onde eles precisem de ajuda seja na execução da experiência de uma “refeição completa”. Afinal de contas, ninguém faz nada sozinho. A nossa carreira, como a de um bom chef, é feita de trilhas de conhecimento.
Tenha isso em mente.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata
[email protected] I http://www.intelligencehub.com.br
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