JUVENTUDE PODEROSA
Eu tinha dezoito anos de idade, era ferozmente independente e pronto para ir para a faculdade.
Na época nós estávamos morando em Niterói e a faculdade ficava no Gávea – no Rio de Janeiro.
O trânsito era intenso e encarar a viagem de ônibus levava uma eternidade.
A sorte estava do meu lado, herdei um“golzinho quadradinho“prata do meu irmão que me levava com muita felicidade para todo canto. Era robusto, aguentava todo tranco do mundo, tinha muita história, um monte de carona, bates papos surreais, as loucuras e os sonhos invencíveis que a juventude trazia – acima de tudo – o carro estava sempre nos trilhos.
Gostava de mexer no carro. Eu olhava os pneus, o líquido de lavagem do para-brisa, os níveis de óleo e assim por diante. Rapaz, eu não estava sendo meticuloso? E sem qualquer ajuda. Fui um jovem planejado.
Naquela época, meu pai perguntou se eu tinha verificado as velas de ignição.
Bem, eu dificilmente precisava de ajuda dele ou de qualquer outra pessoa, afinal de contas eu era um adulto e, além disso, ele não tinha visto o ótimo trabalho que eu já estava fazendo?
Os dias de adolescência tinham ficado para trás, já era um homem de 18 anos, com carteira, livre para dirigir pelas belas praias da cidade maravilhosa. Dei adeus a viver como um garoto pegando ônibus para ir para praia, caronas salvadoras para todos os lugares e dava um grande olá com a boca cheia de dentes — para a vida cheia de possibilidades da faculdade.
O dia da independência havia chegado e eu estava indo muito bem. Pelo menos é a lembrança que tenho e cativo.
Tivemos uma viagem marcada para região dos lagos com a turma e estava feliz de poder viajar em carreira (solo).
Tudo de que me lembro naquela noite foi a empolgação de estar na estrada. Ansioso, não conseguia dormir, então levantei às 4 da manhã para começar a viagem do dia seguinte.
Deixei a casa no escuro naquela manhã planejando viajar o mais rápido possível naquele dia e curtir a praia com os amigos. Pensei também que ficaria todo mundo impressionado com minha realização e responsabilidade.
Foi quando isso aconteceu um pequeno imprevisto. O motor do gol começou a falhar. Fez um barulho esquisito, trepidou enquanto eu tentava pegar velocidade na estrada. Fiquei perplexo com a causa.
Isso nunca tinha acontecido antes. O que eu ia fazer?
Nesta época não havia celular, andei um pouco pela estrada buscando um telefone e procurando por um milagre.
Infelizmente, não havia oficinas de automóveis abertos às 5:30 naquela manhã.
Eu decidi continuar por um tempo. Mais tarde, naquela manhã, parei e consegui ligar para casa. Especificamente, queria falar com meu irmão porque ele era mais velho e sabia muito mais sobre carros do que eu (ou do que fazer).
Ele me perguntou: “Você verificou as velas de ignição?”
Oh!oh. “Na verdade, eu verifiquei tudo, mas as velas antes de sair de casa eu vi mais ou menos”, eu respondi timidamente.
OS IMPREVISTOS DA VIDA E DA FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA
Às vezes, na vida corporativa, somos diligentes em verificar muitas coisas.
• Verificamos em nossa organização que estamos seguindo os processos certos e alinhados adequadamente.
• Verificamos nossos orçamentos e prioridades para garantir que haja acordo entre as duas coisas.
• Verificamos junto da equipe os papéis e expectativas.
• Verificamos com nossos chefes o entendimento de como nosso desempenho será avaliado.
Tantas investigações e verificações — e são todas importantes. Mas se nos esquecermos de verificar algo crítico?
Por exemplo, suponha que nos esquecemos de verificar o que a CONCORRÊNCIA está fazendo ou entendemos mal o ambiente competitivo geral?
Quando isso acontece, a organização começa a falhar.
Há 10 sinais para procurar que indicam tais falhas:
1. É comum que pessoas de toda a organização não consiga nomear os concorrentes importantes.
2. As estratégias existentes não podem ser apresentadas de forma sucinta e convincente.
3. Inteligência competitiva é uma tarefa de tempo parcial distribuída sem pessoa ou ponto focal.
4. Mais energia entra na perpetuação de um negócio estagnado, em vez de decidir sobre um negócio melhor.
5. A concorrência é falada e analisada com pouca frequência e sem grande insight.
6. Há uma sensação crescente de estar por trás da concorrência e, lentamente, reagir à novas informações.
7. Estratégias de longo prazo, visão de futuro e objetivos desafiadores tornam-se desacreditados como seus defensores.
8. Existem várias versões de análises competitivas que lidam com o mesmo tópico.
9. O número e a gravidade das surpresas competitivas estão aumentando.
10. Há uma sensação crescente de que o entendimento dos clientes existentes é degradante.
Se essas condições forem evidentes, é HORA DE MUDAR.
Daquela cabine telefônica de beira de estrada (sem telefones celulares naqueles dias), percebi que talvez devesse ter verificado as velas de ignição.
Depois de comprar novas velas, comecei a inspecionar as velas de ignição. Bem, quando olhei,pude ver que todos estavam corroídas e precisavam ser substituídas.
Assim que as novas velas foram colocadas, o carro funcionou como um encanto. Depois que me recuperei do constrangimento, pedi desculpas ao meu pai.
Aqui está a lição que tirei de tudo isso.
- Coisas falham por alguns motivos.
- Muitas vezes saber a causa não é suficiente para corrigir o problema.
- De vez em quando ignoramos o problema porque é embaraçoso–e isso também não ajuda.
- E, às vezes, ajuda simplesmente pedir AJUDA de alguém que SAIBA MAIS.
Finalmente, com a causa raiz resolvida, as coisas podem funcionar bem novamente.
Esse é o desafio da inteligência competitiva para muitas empresas. Os defeitos causados precisam ser corrigidos-e podem com a ajuda certa.
Grande desempenho é importante e com tudo o que está acontecendo na economia, é uma questão de risco de vida ou morte para muitas empresas operar com melhor eficiência.
Talvez nós todos precisamos verificar as“velas de ignição“também.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata
[email protected] I https://www.intelligencehub.com.br
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