Estamos passando de um mundo de problemas, que exigem velocidade, análise e eliminação de incerteza para resolver, a um mundo de dilemas, que exigem paciência, a tomada de sentido, e um compromisso de incerteza. Denise Caron (President APSG)
MAS O QUE É ESSE NEGÓCIO DE VUCA?
Recentemente, li uma reportagem onde o alemão Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, faz uma digressão sobre o lançamento do seu novo livro A Quarta Revolução Industrial. O que me chamou a atenção além do conteúdo, foi a afirmativa que as bases de uma nova ideologia do século 21 são “maior liberdade individual, mais responsabilidade perante a sociedade, aprendizado perpétuo, fortalecimento da cultura local e maior respeito a diversidade”. E na hora pensei no mundo VUCA.
Esta sigla surgiu na década de 1990 para descrever a capacidade de compreender situações marcadas pela mudança e desafios.
Para as lideranças militares este acrônimo é um conjunto de princípios que servem de base a um sistema que ressalta a importância da tomada de decisão estratégica, o planejamento de prontidão, a gestão de riscos e a resolução de problemas.
Por acaso, ou não, esta “doutrina” passou a ser usada nos últimos anos pelas lideranças estratégicas de um grande e diversificado número de organizações.
O mundo VUCA aponta para um dilema vivido pelas empresas atualmente: Como consigo manter a competitividade e executar a estratégia de negócio face ao aperto de margens, a escassez de talentos e à incerteza econômica?
Explicando o acrônimo VUCA:
- V olatility (Volatilidade) = está relacionado com a natureza e a dinâmica das mudanças, a velocidade com que essas mudanças ocorrem;
- U ncertainty (Incerteza) = falta de preditividade, a surpresa, a falta de compreensão sobre a forma como os eventos ocorrem;
- C omplexity (Complexidade) = múltiplas forças, o caos, o barulho à volta das organizações;
- A mbiguity (Ambiguidade) = a não relação direta entre causa e efeito, o não entendimento das situações.
Estes 4 elementos apresentam o contexto atual das organizações e permitem que as mesmas se preparem para o futuro, construindo a sua capacidade de adaptação e sustentabilidade através de:
- Compreensão das consequências das situações e que tipo de ações tomar;
- Compreensão da interdependência entre múltiplas variáveis;
- Preparação do futuro através de medidas reais e aceitando os desafios, e;
- Interpretação das oportunidades mais relevantes.
A EXPECTATIVA DE VIDA DAS EMPRESAS EM UM MUNDO VUCA
O que costumava ser um índice de saúde para empresas estáveis agora é um termômetro para as temperaturas flutuantes de mercados disruptivos.
Apenas cinco das cem maiores empresas públicas nos EUA de hoje, estavam entre as cem maiores em 1917. Metade do top 100 de 1970 tinham sidos substituídos no ranking em 2000.
O gráfico abaixo, foi produzido recentemente por Richard Foster na S&P. O que ele mostra é que a média de vida de empresas do índice S&P 500 foi de cerca de 60 anos em 1960. Hoje, eles duram entre 15-20 anos.
Isso significa que estamos atualmente observando uma substituição de uma ação no índice da S&P a cada duas semanas.
Como o índice é representativo das maiores empresas dos Estados Unidos, isto significa que a cada ano 25 grandes empresas não puderam crescer o suficiente para manter-se, foram superadas por outras empresas ou foram incorporadas.
Analisar empresas com base no desempenho passado e as tendências de lucro recentes não serão mais suficientes na era da transformação.
Num passado recente, empresas como Blockbuster, BlackBerry, América Online, Kodak, Nokia, não conseguiram reconhecer que o mundo estava mudando e sumiram do mapa.
VUCA E INTELIGENCIA. DÁ LIGA?
Um mundo VUCA só pode ser gerenciado com base em riscos. Daí a importância de todos os gestores saberem e/ou possuírem a competência de lidar com as incertezas.
E a função de inteligência? Como poderia ser endereçada para tratar um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo? Abaixo, algumas pistas e abordagens e principalmente o papel da função de inteligência em um mundo VUCA:
PARA FECHARMOS O VUCA
A liderança em um mundo VUCA não é apenas sobre a sobrevivência, mas sobre o alcance de uma posição vantajosa e, certamente, sobre antecipação. É fácil cair na armadilha de pensar que o mundo VUCA é uma coisa única, como a incerteza ou a certeza da mudança, mas o mundo VUCA deve ser visto e entendido como o conjunto de suas partes.
Não podemos entender, prever e mitigar o impacto do mundo VUCA, se não compreendermos cada variável deste mundo.
Cada componente apresenta seus próprios desafios e abordagens distintas. As ferramentas discutidas acima fornecem ao profissional de inteligência um conhecimento basilar de como navegar nas águas voláteis, incertas, complexas e ambíguas do cenário competitivo desse nosso mundo.
E vocês, já estão preparados para um muno VUCA? Mãos à obra!
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata – Diretor Executivo
[email protected] I https://www.intelligencehub.com.br
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Pretendo entender como o VUCA pode contribuir para gestão de empresa publica como a Cogerh.
Oi Hugo, cada componente apresenta seus próprios desafios e abordagens distintas. Todas as empresas (privadas e públicas) podem e devem buscar compreender situações marcadas pela mudança e desafios. Como é o caso da COGERH. O mundo hoje é de transformação dos negócios. Saudações! E continue acompanhando o site que toda segunda publicamos novos artigos.