STARTUP-SE OU MORRA APRENDENDO
Um dos meus sócios está em seu quarto empreendimento. Uma de suas características leva em consideração que todo empreendedor está a todo tempo buscando melhorar e crescer.
Fiquei pensando nas características, no papel do empreendedor, no vulto e holofote que startups estão tomando.
Já pensaram quantas pessoas estão buscando um propósito? Esse propósito pode ser de diversas naturezas, seja um desejo de uma pessoa que está empregado em uma empresa, que está sonhando em como subir na hierarquia e assumir mais responsabilidades, ou de pessoas que estão quebrando a cabeça para criar um produto ou serviço inovador que resolva algum problema? Tudo rola pelo propósito.
Quando surge uma boa ideia, não tem quem segure, e automaticamente aquele pensamento se torna um sonho que nos agarramos com unhas e dentes para transformar em realidade. É assim que nasce a maioria dos negócios.
Em nossa experiência e interações com empresas do mercado temos observados os seguintes desafios na perenidade de empresas nascentes. Eis alguns pontos que aprendemos e gostaríamos de compartilhar:
A vivência empreendedora pode criar um vácuo.
- É demasiado fácil um empreendedor ficar tão focado e tão envolvido na sua própria visão que perde por completo a noção de perspetiva.
- Perspectiva é, na verdade, um dos benefícios na procura de capital proveniente de empresas que conhecem o seu mercado alvo: elas dão-lhe feedback e validam a sua estratégia. Na maioria dos casos se o empreendedor não aceita nem interpreta essa perspetiva, há grandes chances de falhar.
Inventam-se conceitos e não produtos completos.
- Ideias e inovações são fascinantes, mas os consumidores e empresas compram, por norma, produtos completos que podem ser usados.
- Exite um mundo de diferenças entre conceito e produto completo.
Existem lacunas na estratégia.
- Algumas lacunas são esperadas que aconteçam, mas muitas vezes as empresas esquecem de fazer o dever de casa.
- Testar o mercado, dimensionar seu potencial, analisar gargalos e identificar oportunidades e riscos envolvidos é básico – e uma função de inteligência ajuda sobremaneira neste desafio.
Existem concorrentes com soluções existentes que não desistem facilmente.
- Por vezes, as soluções mais antigas mas muito bem testadas e de empresas poderosas que as vendem, perduram mais tempo do que o esperado.
- Não é fácil romper esses mercados e muitas pequenas empresas não conseguem sobreviver.
A FUNÇÃO DA INTELIGÊNCIA EM NOVOS NEGÓCIOS
Abaixo listamos alguns questionamentos importantes que empreendedores devem fazer sobre os novos negócios e projetos executados até o momento:
Questões sobre o novo negócio
- Qual a definição e delimitação do novo negócio – Value proposition (Proposta de Valor)?
- Quais as premissas que estão norteando o negócio em seu nascedouro?
- Qual o modelo de negócios até então desenhado?
- Em que praças iniciariam a operação?
- Quais os perfis de clientes ideais?
- Quais as praças ideais de atuação?
- Que categorias de produtos e serviços trabalhariam neste negócio?
- Qual a projeção de investimentos inicial no negócio inicialmente?
- Qual a projeção de crescimento do negócio?
- Quais seriam as hipóteses existentes para o negócio?
- JÁ REALIZAMOS algum trabalho de Market Fit para ver se as necessidades do público alvo desejado batem com o value proposition?
- Já fizemos algum levantamento de modelos de negócio existentes no Brasil ou fora?
- Que personas foram definidos e como o foram desenvolvidas?
- Quais os riscos de execução do projeto? Já analisaram?
Questões sobre o projeto executado até agora:
- O que foi feito anteriormente e quais foram as entregas?
- Pelo projeto inicialmente desejado por nós o que já foi feito, e o que deveria ser feito de agora em diante?
- Imaginamos que entrega gostariam de ter de uma FUNÇÃO DE INTELIGÊNCIA?
- Quais outputs poderiam embasar a NOSSA DECISÃO de investimento, bem como a decisão de crescimento do negócio em ondas de implantação?
- Ir para o MVP (PRODUTO MÍNIMO VIÁVEL), bem como decidir nome, marca e etc é um passo pensado preliminarmente, ou deveria decorrer de um estudo que embasasse a continuidade (ou não) do negócio?
- Como a NOSSA empresa acompanha a concorrência? Uma função de inteligência poderia apoiar?
- Como a nossa empresa identifica novos potenciais mercados, tanto em termos de praças, quanto em termos de novas operações com produtores de bens de consumo?
Essas são algumas provocações e reflexões que buscamos compartilhar com quem está empreendendo ou com quem está investindo em novos negócios. Há muitos outros mais a serem endereçados.
Talvez o único conselho mais importante que podemos dar:
Se o seu NOVO NEGÓCIOS falhar, vale a pena gastar tempo para perceber o que não deu certo. Essa é a única forma de melhorar as nossas hipóteses futuras.
E sim, pessoal, haverá sempre – uma próxima vez.
É a nossa inteligência competitiva, para a sua vantagem competitiva.
Grande abraço,
Nícolas Yamagata
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